terça-feira, 7 de maio de 2013


CARTOLA

Mestre e divino do Morro



É impossível falar de samba sem falar em Angenor de Oliveira, autor de sambas inesquecíveis como "As Rosas não Falam", "O Mundo é um Moinho" e "O Sol Nascente". Nascido no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, aos 11 anos foi morar no Buraco Quente, um bairro no Morro da Mangueira. Ganhou o apelido Cartola quando trabalhava em obras, usando um chapéu-coco para não sujar os cabelos de cimento.

Em 1928, criou com Carlos Chagas o Bloco dos Arengueiros, que se transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira. Na década de 1930, vendeu os direitos de gravação de vários sambas, que foram lançados por vários intérpretes. Desapareceu nos anos de 1940, só retornando ao meio artístico em 1959. Quando foi encontrado, pelo jornalista Sérgio Porto, estava na rua trabalhando como lavador e guardador de carros no bairro de Ipanema.

Lutando para levar o samba do morro às ruas da cidade, abriu, junto com Eugênio Agostine e sua mulher Dona Zica, o bar Zicartola, que se tornou o mais badalado ponto de encontro de sambistas cariocas. Sua aceitação no mercado fonográfico só ocorreu nos anos de 1960 e 1970, quando conheceu um pouco de popularidade. Gravou seu primeiro LP somente em 1974, aos 66 anos, e mesmo vivendo em grandes dificuldades financeiras, compôs e cantou até morrer, aos 72 anos.

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