CARTOLA
Mestre e divino do Morro
É impossível falar de samba sem falar em Angenor de Oliveira, autor de
sambas inesquecíveis como "As Rosas não Falam", "O Mundo é um
Moinho" e "O Sol Nascente". Nascido no bairro do Catete, no Rio
de Janeiro, aos 11 anos foi morar no Buraco Quente, um bairro no Morro da
Mangueira. Ganhou o apelido Cartola quando trabalhava em obras, usando um chapéu-coco
para não sujar os cabelos de cimento.
Em 1928, criou com Carlos Chagas o Bloco dos Arengueiros, que se
transformou na Escola de Samba Estação Primeira da Mangueira. Na década de
1930, vendeu os direitos de gravação de vários sambas, que foram lançados por
vários intérpretes. Desapareceu nos anos de 1940, só retornando ao meio
artístico em 1959. Quando foi encontrado, pelo jornalista Sérgio Porto, estava na
rua trabalhando como lavador e guardador de carros no bairro de Ipanema.
Lutando para levar o samba do morro às ruas da cidade, abriu, junto com
Eugênio Agostine e sua mulher Dona Zica, o bar Zicartola, que se tornou o mais
badalado ponto de encontro de sambistas cariocas. Sua aceitação no mercado
fonográfico só ocorreu nos anos de 1960 e 1970, quando conheceu um pouco de
popularidade. Gravou seu primeiro LP somente em 1974, aos 66 anos, e mesmo
vivendo em grandes dificuldades financeiras, compôs e cantou até morrer, aos 72
anos.
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